Liberdade

 
Mostrei o que sou !
O que realmente modulava em mim;
fui contra as marés,
emergi de um abismo sem fim.
Cruzei linhas paralelas,
corri na contramão do vento, do tempo
e me alcancei na última estação...
 
Rasguei minha carne, expus meu avesso,
o meu contexto
e toda a sensibilidade verbal, emocional,
escondida em contra senso,
sufocando o bem, endeusando o mal.
 
Postei nua minha identidade
e toda a verdade antissocial ...
chocando a realidade dura.
Vomitei iniqüidades cruas
ingeridas por razão irracional
sob forte pressão radical.
 
Viajo sem malas...
Sem revolta ou bilhete de volta...
Sinto-me leve, sem nada que me pese,
Sem alças das parafernálias
que pendurei num tempo que já teve fim.
 
Sigo só... melhor assim..
Insana, estranha, profana
é o que pensam e podem pensar de mim.
 
 
(Carmen Lúcia)