Homo Vernissage ...

Olho pela janela.
Lá fora o mundo me espera;
Enquanto eu espreito o mundo
comprimo em meu peito
o molde desta janela...

O molde!
fomos moldados ...
para sermos assim, ou assado
mas,
o mundo que está do outro lado,
não tem molde...
só a imensidão do infinito.

E, eu aqui preso,
restrito a minha figura de objeto,
que enfeita esta moldura...
como tantas outras figuras,
nas galerias da vida.

Quanta vontade de quebrar este vidro
E me jogar neste mundo...
numa aventura suicida
mas,
de repente a consciência,
da obrigação assumida...

“Homo Vernissage”

- simples figura - nesta moldura instituida.

Michelangelo, Picasso, Da Vinci,
Joguem fora seus pincéis!!!
- Enquanto deuses –
criaram maravilhas, presas em suas telas...
como eu e tantos outros,
criados por Ele...
[o maior dos artistas]

Estamos presos em nossos destinos.
Gostaríamos de ser eternos meninos,
correndo fagueiros na várzea...
atrás de um único objetivo,
a bola...
[ objeto concreto e palpável]

Não abstrato como os dogmas da vida.

Da vida que jaz...
emoldurada nestas telas,
pipocando aqui e ali...
num mundo imaginário
que o homem não ousa retocar
sob pena de estragar a obra divina,
sob pena de perder-se...
nas galerias da vida.

“Rodrigo Di Freitas”

Você já se imaginou como uma figura emoldurada numa janela - vista de fora para dentro, enquanto você observa os transeuntes? E já parou para pensar quantas coisas diferentes cada uma carrega consigo; quantos sonhos, quantas decepções? E de repente você ali, inserido neste contexto, é visto por eles, por si mesmo, diante da indiferença de tantos pensares e, vê que não é dono de seu destino - como imaginara, mas, sim, apenas mais uma figura ilustrando esse mundo de imaginações rabiscadas pela mente do criador que pode ou não estar envolvido no resultado final dessa tela; em tela.Cuide-se para não ser apenas um rascunho!!!

Diante de minha janela no 6º andar de um prédio

Anélio " Rodrigo Di Freitas"
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