não tenho dinheiro
mas percebo que é tudo ilusão
a falta de avrias invejáveis
que já nos põe ao chão
e a teia das aranhas que se teiam
não é mais bela que a nossa ceia
estranho ser que se dissolve na veia
como sangue
é espetacular a agonizante dor
eu só vou se voce for,
estranho
eu quero te sentir de perto
testar o teu sexo
amar-te-ei até o avesso
que distante eu atravesso
como um menimo travesso
buscando conhecer-te,
ó estranho
quem és tudo que baila radiante no meio do salão?
amartinado todo o meu tino com a sua sensibilidade
quem és tú, que rouba toda a luz que resta da escuridão?
ornacinando toda minha faculdade de verdade e liberdade
que fazes aqui serena musa?
será que me esperas?
falar-te-ei as minhas promessas
olharte-ei minha bela lusa
como um lusco-fusco
querendo fugir com a lufada
que lume junto a brisa da madrugada
e vendo-te estranho,
quercebo que era quem faltavas
a minha paz, a pessoa que eu tanto desejava.

Salvador

Fábio Avanzi
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