Quisera eu estar livre da altercação de meus pensamentos
Do desespero que é minha angustia
Da lástima que absorvi durante a caminhada de meus tormentos
Do medo que enfrento nesta nostalgia.

Quisera eu dominar minhas atitudes
Conter minhas palavras na hora certa
Falar o que não sei, aprender o que esqueci,
Talvez contornar as saídas e continuar retrógrado.

Quisera eu lastimar de meus dias alegres
Prantear o desejo em meu âmago
Ou apenas discernir teus conselhos
Como parte de meus planos.

Quisera eu remover meu corpo
Passar por cima de minhas falhas
Denegrir sensato o que me convém
Um ser que não sabe ao certo o que quer, morrendo.

Morrendo por não conseguir ver-se no espelho
A alma trêmula e ao mesmo tempo turva
Que embora pareça perfeita
É a mesma que se dissuade... Entre o céu vazio e o mar opaco.

Salvador

Fábio Avanzi
© Todos os direitos reservados