A beira de um precipício

Vaga-lumes incendeiam a beira da estrada
A via principal leva ao desconhecido
A descida, para o que podemos chamar de “inferno”
A subida, ao “céu”.

No entanto suportando o medo
Grito por socorro
Mais ouvido não há
Finjo ver fumaça, onde há fumaça há fogo.

Palhas de coqueiros, pilhas de cigarros
Palhas de cigarros, pilhas de coqueiros
Uns fumam os cocos, outros bebem água de cigarro
Uns fazem cocada de fumo, outros fumaças de coqueiros.

A alternância tem justificativa
Tanto faz correr ou caminhar na estrada antes iluminada
Agora já maltratada a beira de um declínio
Desfigurada e inaugurada na beira de um precipício.
Onde todos cairão.

Depois de Viajar pelo sertão e ver o modo como vivem nossos conterraneos nordestinos.

João Pessoa, Pb

Fábio Avanzi
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