A minha voz, eu a sei bem pequena,
Em eco sutil, de mínimo alcance;
Mas se d'algo vale, Pai, dá-me a chance
De compor em versos o que me acena:
Pede paz, a Terra, flor de açucena,
Exausta da gente... E o sonho distante
Que a mesma gente confia, inda errante,
De vê-la mais forte, só se apequena.
Minha voz pequena enfraquece junto,
Mergulha na Terra, já sem assunto,
Perece em silêncio e desesperança;
Mas se vale a prece, Pai, dá somente
Que tanto pranto regue a voz-semente,
E que dela brote um verso-mudança.
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