“Pequenópolis”

Era uma vez uma viagem
Era uma vez uma passagem
De cerrado, pequi, costela e cachoeira
Só deixando um rastro de poeira

O escaldante sol do cerrado fitava-nos a alma
Os olhares, os risos e a cerveja mantinha-nos a calma
A água gélida parecia nos cortar
Mas ao mesmo tempo, o êxtase de esmurrá-la nos faziam refletir

Refletir, repetir, descobrir, redescobrir
A reflexão, a repetição, a descoberta e redescoberta nos trouxeram de volta a vida
Vida que nos trouxe também os afazeres mundanos e o capitalismo
E, porque não
O nosso realismo
Vida que nos deu “Pequenópolis”
Vida que nos deu a “Pequenópolis”
Mesma vida que nos tirou “Pequenópolis”

Oh “Pequenópolis”
Sua partida foi doída
Nossa estadia foi curta e desmedida
Mas alegra-nos saber que vós nos proporcionou o conhecimento do verdadeiro valor de estar vivo

Nada apagará de nossos corações e de nossas memórias
Um só dos momentos ou
Uma só das histórias
Nada nos deixará sucumbir ao tédio
Porque são as pequenas coisas
Como um olhar, um riso ou uma cerveja entre amigos
São os pequenos detalhes
Como amizade, natureza e confiança
Que nos fazem esmurrar a água cada vez com mais vontade
Almejando escalar o paredão da felicidade

Porque nada é em vão
Quando se têm a sinceridade
Como um pilar de sustentação
Nada é em vão
Quando momentos de preciosidade
Permite-nos viver com intensidade

Não é quanto vivemos que interessa
E sim como vivemos
Mesmo que tenha sido demasiadamente depressa

Wilmo Ernesto Francisco Junior
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