Ao Profeta do Vento

Ilustrado e letrado, Profeta do Vento:
Ilegível, inédito, voz do deserto;
Elegível, invicto, mestre do incerto;
Intragável, insano, em pregar violento...

Discreto e desperto, rei do argumento;
Sensível, intangível, pura razão:
Ergue as mãos - De repente pára no tempo!
E começa a prever, de estação em estação...

-Vento do Paraíso, da Liberdade:
És Saúde, bonança, Luz, felicidade
És meu Pai a soprar Sua Consolação.

E da Santa Cruz, soprando a brisa,
Na Esperança que a tempestade ameniza,
Se refez a República da inspiração.

Um dia desses, o Profeta do Vento nos abençoou com seus presságios na entrada da estação Jabaquara do metrô. Aparentemente desequilibrada e supostamente insana (na realidade, totalmente desequilibrada e absolutamente insana), essa figura mitológica nos soprou vislumbres de um outro plano que, pensando bem, faz muito sentido...

O eco da sua mansa voz ainda ressoa em nossas mentes:

-O vento... Tá sentindo? É o meu Pai!