Vejam que as suas mãos tão pequenas
dão mesmo conta é das bolas de gude!
Vejam quão serenas,
Mas plenas de atitude...
E com que apreço amassam a terra
que vira bolos e doces
dos mais diversos sabores.
(E sonhos de múltiplas cores!)

É tempo de infância!
Tempo de subir,
e descer: crianças.
Deixem-nas ser!

Vejam: não conhecem a gravidade!
E com que prazer desafiam o vento
se lhes quer levar a pipa tão colorida
(e a vida... e a ingenuidade...)
que aprenderam a desenvolver
no curto tempo que têm
sem crescer...

Um Novo Tempo precisa nascer!
Deixem que sejam crianças!
Deixem-nas viver!

Não lhes imponham a arte do ofício!
Deixem que seus dedos curtos, e puros,
desenhem letras, árvores, flores;
levantem pontes, derrubem muros;
tracem amores;
desfaçam laços;
criem, apaguem, recriem os traços
do mundo que elas precisam olhar, ver e refazer...
Deixem-nas escolher!
No curto tempo que têm pra crescer...

Crianças é o que precisam ser!
Dêem-lhes tempo! Deixem-nas aprender!
Sem medo dos tempos que passam,
deixem que inventem, que façam
o Novo Tempo nascer!