UM DIA NO PARAÍSO

As crianças brincam no quintal.
Estão correndo com o cãozinho,
que por sua vez está correndo
atrás das galinhas.

Podemos ouvir os risos delas.
Podemos sentir a alegria delas.
Ao fundo o som das águas do
Ribeirão batendo contra as pedras.

Estamos, os dois na cozinha,
estou temperando a carne,
e você pica os legumes
para a salada de cozidos.

Olho em teus olhos e serenamente
Você me retribui o olhar.
Está linda como sempre em seu
Vestido estampado com flores.

Arrumamos a mesa juntos,
enquanto nos abraçamos
e nos beijamos singelamente.
Chamamos as crianças.

Elas lavam suas mãos
E correm para a mesa,
O cãozinho deita-se ao
pés da mesa sorrindo.

A mesa nos damos as mãos
para nossa oração de gratidão.
Sirvo a carne, e você a
salada de cozidos.

Terminamos, e as crianças
saem novamente com o cãozinho
sentam debaixo do pessegueiro
podemos vê-los pela janela.

Ajudo-te a recolher a mesa
E enquanto lavas as vasilhas,
eu as enxugo e guardo,
Entrementes te digo, Te amo.

Nos damos as mãos e saímos
Caminhando a margem do ribeirão
Colho uma flor e a coloco atrás
de tua orelha e com isso colho
também um lindo sorriso seu.

Nunca entendi direito por que
Escolhes-te a mim para amar.
Você tão linda princesa e eu um
Simples e comum plebeu sem eira.

Sentamos na pequena cachoeira
do ribeirão, sentamos sobre as pedras com
os pés na água e nossos corações
batem serenamente e cheios de alegria.

Tiro do bolso, o poema que fiz
sem você saber na noite anterior
e o declamo só para teus ouvidos
que sempre amam me ouvir declamar.

Você me abraça e eu te beijo.
É um beijo leve e carinhoso.
Você deita em meu colo e
despreocupadamente dorme.

As crianças estão a altura de meus olhos
sentadas sob o pessegueiro, e você,
descansa onde a quero sempre, bem debaixo
da eterna proteção do meu amor.

Fim

inverno de 2006