Kolmonor, em ânsia de glória perdida,  
Conduziu suas crias ao frio do norte,  
Onde Enio, a árvore, repousava esquecida.  
Com ânimo febril, consumiram seu forte,  
Suas raízes arrancaram sem medida,  
E da seiva beberam, rompendo a sorte.  

Mesmo as eenins e drakeors a lutar,  
Enio, aos poucos, sucumbia ao horror.  
Quanto mais resistia, mais crescia o devorar.  
Raízes secavam sob o manto em dor,  
Sua casca caía, sem vida a murchar,  
Até que o tronco tombou sem vigor.  

O norte tremeu ao som devastador,  
A terra rachou sob o impacto severo,  
Nunca antes se viu tal furor.  
Uma onda de morte, como um sopro sincero,  
Deixou desertos onde houvera esplendor,  
Nefroerata nasceu do destino austero.  

A essência de Mizarnir, fraca se fez,  
Joroin não pôde Suanã auxiliar,  
O vento de Yungul secava de vez.  
Tudo virou pó, terra a esfarelar,  
E onde antes a vida firme teve vez,  
Agora o vazio dominava o lugar.  

Mas Procross, distante, intacta reinou,  
Uma filha de Enio, em poder e brio,  
Na cratera, seu reino floresceu e perdurou.  
Águas ocultas, sob a terra em desafio,  
Formaram um rio que a secura contornou,  
Cruzando o deserto, em direção ao mar frio.  

Próximo dali, no silêncio nascido,  
Formou-se um oásis, em terras arenosas,  
Um refúgio escondido do chão endurecido.  
Os homens chegaram, em ânsias ditosas,  
E Tarkein erigiu-se, um nome bem-vindo,  
Onde a vida floresceu em formas bondosas.  

Os desertos antigos guardam a memória,  
De Enio, a árvore que caiu sob o mal,  
Mas a vida brotou, forjada em nova história.  
Procross mantém-se no reino imortal,  
E Tarkein prospera, onde antes foi glória,  
Ligando o passado ao futuro final.  

Kolmonor e suas crias, em derrota marcada,  
Deixaram para trás o rastro cruel,  
Mas Enio, mesmo caída, nunca foi apagada.  
Pois na terra fértil, além de qualquer fel,  
Seu espírito vive, e a esperança é consagrada,  
Nos rincões de Procross e no canto fiel.