Após a queda de Enio, o céu tombou,
Kolmonor marchou na direção do jardim,
As tropas lentas, à luz não ousavam olhar,
No subterrâneo, o destino a seguir enfim,
Caminhavam sombras que o medo faz calar,
Recrutando os caídos, para a jornada sem fim.

Mas alguns se desviavam, não queriam marchar,
Encantados com o descanso, o solo, o local,
Afrontando Kolmonor, que sem piedade agia,
Destruía os que traíam seu desígnio fatal,
Fazendo da força, sua vontade prevaleceria,
Enquanto Adnosterus o temia ao longe, imortal.

Das sobras criadas, Kolmonor deu nova vida,
Modelando carne, forjando sem luz ou dor,
Criaturas pequenas, olhos negros a espreitar,
Com chifres e garras, mas sem nenhum amor,
De fome implacável, no escuro a vagar,
Eram trefins, a sombra do pavor.

Nasciam de ovos, sem forma ou sexo claro,
Hermafroditas na essência, rápidos a crescer,
Devoravam tudo que encontravam pelo chão,
Causando destruição, sem espaço a ceder,
Morriam cedo, breve ciclo, morte em vão,
Deixando ovos, praga de esperar renascer.

Ao sul marcharam, para Bendor conquistar,
Com Kolmonor liderando, podridão se espalhou,
Os ninhos, deixados em terras já corrompidas,
Criaturas que o tempo futuro amaldiçoou,
Ponte de corpos, sobre o rio, se erguida,
Nada os impediu, Bendor enfim tombou.

Os gigantes, guardiões do jardim sagrado,
Caíram frente às tropas de Kolmonor,
Trefins alimentavam-se de seus ossos e dor,
Transformados em mais seres de horror,
O jardim, queimando sem vigor deixado,
Até que de Bendor, restou só o exterior.

O poder subiu aos céus, disparado e cruel,
Adnosterus e Kolmonor disputavam o que restou,
Bendor ardia, Anellus padecia sem sol,
Todkin enfraquecido, nada mais controlou,
Ambos axsas em chagas, o tempo cruel,
Enquanto o caos sobre Evor-Een reinou.

Dronstar crescia, inundado de poder fatal,
Domin dormia, o equilíbrio se quebrava,
Ghayazeo implorou ao vento por ajuda,
A semente de Bendor, na terra já cravada,
E o mundo esperava, em silêncio e mortal,
Que o equilíbrio retornasse à jornada.