Na página do meio as folhas brancas
O livro aberto encerrou um capítulo de vidas estranhas.
Traz nos cheiros de linhas tênue os guardados e os sonhos,
Um coração carregado de suor e crenças rele as frases desgastadas no meio da noite
Na luz afetuosa da tua voz todos os outros livros foram devorados
Disso eu não tenho cura, meus ossos que se fizeram cinzas, se reergueram às lembranças do teu nome,
Como um deus sem face a mirar-me nos olhos
Como todas as árvore que crescem com a sina de virar papel e ensinar filosofia bruta
Qual palavra me cabe? Somas tantas nas misturas de um cão que ladra e as estrelas que desabam sobre o teto das casas,
Eu leio-me, mas não tenho nada a dizer, no auge da ópera, os músicos dormiram, os instrumentos perderam os sons, as cortinas ainda esperam os aplausos
E eu revejo no meio da noite as promessas de um dia viver só para ti
Ainda creio que viva, mas num espaço apertados, entre o torpor e os dias que passam por mim, ouço todos os silêncios teus
Charles Burck
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