COMO AS ESTAÇÕES

Os dias passam e eu dentro,

andando para lá e para cá,

feito cisco no vento,

tentando me achar...

 

Descubro furos na parede do presente,

olho e o que vejo agora é o passado,

no outro vejo um futuro diferente,

não é o que tenho procurado,

nem tudo é frio e nem quente...

 

Um dia vi o sol e entendi as sombras,

n'outro vi homens caídos e entendi a queda;

o amor pensa algo de mim e a lei é que me toma

por alguém que tem tudo para ver e não enxerga...

 

Só quero retirar a venda e estar todo o tempo presente,

tocar nas coisas e sentir a casca rugosa da tartaruga;

ser igual à todas as coisas e nunca mais ser diferente,

apenas aprender que, como as estações, a vida muda... 

Prieto Moreno
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