A enseada se abre diante dos olhos,
abre seus braços e eu, como um barco,
aporto e me largo ao sol e à areia,
olhando nuvens que passam carregando água,
devagar, bem devagar...
Penso nos momentos íntimos entre eu e Deus,
quantas conversas, quantos pedidos,
aceitações, silêncios plenos de sons,
um homem de carne e osso
oferecendo sua alma,
recebendo bençãos,
como se os olhos de um anjo
se refletissem nos vitrais de uma catedral...
De manhã, entre facas e garfos,
pães e frutas, trabalhos braçais e chuva,
deponho as armas e caminho pela orla,
solto minhas amarras e levanto âncora;
como um balão viajo pelo céu,
não tenho pés e nem intenções,
apenas amo e escrevo poesias
em papel de pão...
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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