Por que rastejamos

se já aprendemos a voar?

 

Porque nos afogamos

se já aprendemos a nadar?

 

Esse ódio que permanece no fundo,

que pensamos ser oriundo

da ancestralidade serial

talvez seja o olor

desse nosso teor animal...

 

Por que prendemos

se já conhecemos a liberdade ?

 

Por que mentimos

se já sabemos a verdade?

 

Essa letargia que nos impede

de ver o que há depois dos muros

talvez seja nossa lentidão que procede

do manto que cobre os olhos, o escuro,

que nos dá a lentidão que nos mede...

 

Por que negamos

se já aprendemos a dar?

 

Por que nos recusamos

se já aprendemos a amar?

Prieto Moreno
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