Houve uma brisa que de repente fria calou meu coração.
E nevou,
Choveu,
Ventou fortemente a cada instante em minha janela
Deixando-me assim,
No meio da vida, sem mim.
Plenamente inverno, avisava-me a saudade
Chegaram suas lembranças a envolver meus poros
Canções que lentamente se transformam em tempestades
A calma agora será inútil
Pelo tempo esplendido em que juntos vivemos
Teimas demais meu coração!
Chorando e afogando os sentimentos,
As culpas,
As lembranças que prometera rouba-las de mim e mentiu
Naufragas então a cada inverno em intensas saudades
Que vem e voltam a cada estação
Teimosa emoção!
Viciei meus versos em não esquecer
Não caminhas mais pelas madrugadas
Tão pouco corres até a esquina sem intenção
Agoniza rumo ao leito
Solidão
Aposta ter vida neste sentimento
Mas me faz renegar amores loucos de primavera
Queres a brisa que ainda lhe rouba o folego?
Enquanto desejos humildes lhe trazem nevasca sobre meus sonhos?
Assim tenho a mesma constelação e minha mão em seu queijo
Prometia para ti meu reino, minha rainha
Mas sem contar que os reinos dos poetas são estrelas tão frias
Foi onde a perdi ao encontra-la
Se ali fizeste sua morada quando eu mais a desejava.
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