Tua singularidade me arrepia,
Minha frouxidão predomina,
Meu corpo abandonado me condena,
Tua ausência em muito atenua
Essa preposição de indulgência,
De total carência.
Soerguendo-me dessa rigidez
Dessa altivez embutida
Dessa predominante armadura vil
Sem trovoadas nesse céu
Estrelado e pálido
Sem vento, desprovido de sentimento.
De angústia infinda
Acordando de um sonho
Dormir à espera
Despertando noutra era
Onde a terra
Seja doce
Onde o ar
Seja doce
Onde o sol
Seja doce
Onde o mar
Seja doce
Onde o céu
Seja doce
Onde nós
Sejamos doces
Uns para com os outros
Sem medidas
Sem mentiras
Sem véus
Sem leis
Sendo simplesmente
Humanos
Amantes
Perdidamente Pensantes
Realizados
Capazes de repudiar a guerra com total desdém
Capazes de desarmarmo-nos fronte ao atacante
Capazes de repelir toda a lassidão do poder
De amar sem sentir-se corroer.

Em casa, frente ao compu, 17/06/05