Ontem ao acordar, você não estava lá.
Não havia nada, não havia nada...
Não havia sua blusa, amassada...
Suas meias largadas...
Não havia aquela toalha,
Molhada, que tanto incomodava.
Não havia, seu sorriso, sua face amassada.
Não havia o eco de tua voz.
Não havia nada...
Não havia aqueles versos.
Nem mesmo o inverso.
Não havia nada...
Não havia seu olhar curioso.
Não havia teu gosto.
Não vi o teu rosto!
Não havia nada, além de minhas lagrimas!
Não havia nada, só a companhia da magoa.
Não havia nada, até a esperança tinha ido embora.

Quando determinada estava a acreditar que no nada,
Só habitava o vazio.
Notas de musica sem nexo!
Nem o timbre de tua voz recitando.
Ontem seu prato ficou a mesa.
Não havia nada.
Só havia tristeza.
Somente eu, sentada, olhando o nada.
A solidão me convidou.
E não se importou.

Porque valorizei coisas pequenas.
Quando tudo se fazia tão simples para se viver.
Bastava tolerar, esperar.
A paciência os anos nos tirou.
A toalha molhada incomodou.
As roupas largadas incomodou.
Até aquele sorriso, tão bonito.
Me irou.

Hoje a solidão ri olhando em meus olhos.
Você não está aqui.
Não enxerguei o melhor de ti.
Somente agora há.
A egoísta que não soube tolerar.
Hoje estou entender que nada é perfeito,
Que nada é só de um jeito.
Não havia nada, além do meu triste olhar,
Refletido no espelho,
Me condenando por não saber tolerar.
Como pude me preocupar com coisas tão pequenas?
Sinto que hoje, falta algo em algum lugar.

Coisas tão pequenas danificam o amor, corroem a alma. Existem aqueles que se declaram infelizes, não enxergam que nada é perfeito e que a felicidade sorri a cada dia.

Em cima da árvore.