Trilhei alguns caminhos,
culminei sozinho
talvez porque quis 
o que Deus não me deu
e por não ser concreto, 
se desfez com o vento.

Faz tempo que não vejo uma borboleta
traga-a para mim;
coração gelado, chapéu preto, 
óculos escuros, escondo minha face
para que ninguém veja o quanto
sofro.

Entre meus devaneios, supérfluos
por sinal, penso em nós, mas a 
indispensável realidade joga-me
água, acordo; já é madrugada
insonia me maltrata, não queria
pensar em você, mas se não pensar,
devo pensar em quê?

De frente ao espelho, 
um homem sem desejos, morto;
sinto-me perplexo, porque este não
é meu reflexo, fui criança que sonha
hoje perdi-me.

Vou ouvir a voz de Deus
e tentar, pela ultima vez
em busca de um ponto de paz,
e se não der certo, uma gota de veneno;
e , aqui jaz.

João Math
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