NÃO, NÃO QUERO OUVIR!
Não quero ouvir as aleivosias
Dos que me dizem; este é o caminho,
E vem por aqui! E eu digo baixinho,
Cantando no peito alegrias
E lhes dou meu ombro rebelde
Ensurdeço meus ouvidos
E nunca vou por ali!
Eu jamais ouvirei
Os seus cantos de sereia
Quando dizem que o mundo é belo
E o sonho é lindo
E me voltam a dizer; este é o caminho.
Grito-lhes com a alma em desalinho
Que eu nunca irei por ali!
Eles clamam, mas não os ouvirei!
Eu que não tenho idade
E em meu peito ruge a tempestade
E sou profeta de mim mesmo
Renuncio aos que me apontam
E me dizem; aquele é o caminho!
Não, ninguém passará por mim.
Nem a mim voltarão,
Pois sou terra de assolação!
Seguirei os meus ideais
Ignorando palestras e abraços,
Dos seguidores do farisaísmo à minha volta!
E não seguirei os exemplos
Daqueles que, estentoriamente,
Apregoam os meus feitos
E isso me consola de sobremaneira!
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