De Luiz Humberto


Um dia quando pela primeira vez
Nesta rua meus pés eu toquei
Ansioso em busca de aventuras
Meu olhar curioso por ela eu lancei

E no término do grande julgamento
Eu como um pequeno júri
Libertei toda minha amizade
Em troca daquela felicidade

A minha rua...
Eu a via quase nua
Embora coberta de felicidade completa
Minha rua...

Mas o danado do progresso
Que da gente não se esquece
Pois, onde quer que estejamos
Lá vem ele atacando.

E de repente...
Mais rápido do que a luz
Lá estava a minha pobre rua
Completamente nua de felicidade
E repleta de acesso.

Hoje ela tem como amigos
As grandes máquinas
As grandes Cias.
Mas não tem a companhia de um amigo.

Hoje ela possui o grande sinaleiro
Que pára o carro para a dama e o cavalheiro.

O progresso a modificou...
Deu a ela uma vida nova
Uma grande vitrine!
A atração das meninas
Ela é hoje a bossa nova!

Hoje, correm carros velozes
Gil, Gal, Veloso
Nova geração
Quinta dimensão!

Eu me pergunto; Quem são eles?
Estes que se exibem
Sobre suas costas,
Estes que não te vêem
Que te viram as costas?

E você?
Você cresceu!!!
Subiu na vida
Já é quase uma avenida.

Mas creio que, contudo
Você ainda se lembra de mim,
De nós, do nosso tempo
Do que fomos...

Apesar de que hoje
O que somos 
Não se compara 
Com o que já fomos.

Mas ao te ver assim
Lagrimas e lágrimas nascem.
São as recordações sabe?
As recordações e o medo que agora sinto. 
Eu sei que você se modificou, ficou bonita, quem sabe mais tarde ainda receba uma condecoração como avenida e daí então, serei para ti, apenas mais uma criança crescida e esquecida! ----02-09-1976-

LUIZ HUMBERTO
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