DA TUA MORTE ESQUECIDA NA MEMÓRIA APAGADA

 

Deixe-me agora quieto, espreitando as horas,
Elas podem me trazer alguma novidade,
Fazendo-me esquecer a idéia de morrer,
Fugindo da loucura dos poetas suicidas
Que morriam pelas suas musas inspiradoras,
Assim também morro, de morte ilusória...
 
Por que me apeguei tanto a ti?
Melhor seria nunca ter ouvido a tua voz;
Melhor será não mais pensar em ti;
Melhor será te sepultar no passado de agora
Antes que o teu desprezo seja a minha tumba...
Qu’eu não morra mais de amores por ti...
 
Que minhas palavras amorosas sejam esquecidas,
Elas não precisam ser lembradas por ti,
Muito menos citadas pela a tua boca
Que tanto tocara os meus lábios,
Puro eu ainda estou por não provar veneno,
Fugido dessa morte eu me encontro agora...
 
Deixe-me eu estar com os meus pensamentos,
Eles são mais valiosos do que a tua forçada companhia,
Saiba que a minha felicidade, talvez inexistente,
Não precise de muito, nem da tua presença...
A mentira nunca foi a minha salvação,
Mesmo quando eu bebia duma fonte imunda!
 
Melhor mesmo é não mais escrever
Um tosco verso em tua lembrança;
Melhor mesmo é eu morrer;
Melhor mesmo é te sepultar agora;
Melhor mesmo é não mais te querer;
Melhor mesmo é ter que te esquecer...

Em casa

Jairoberto Costa
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