Barco de papel
 
 
Quando criança fazia barcos de papel
Soltava rio abaixo até sumir ao céu.
Olhava atentamente para cada lugar diferente
Ele descia e batia pedra a pedra e saia bem devagar fugindo da gente
Eu corria daqui pra lá e olha onde ele ia parar,
Gostava quando chovia
Barragem de lama construía e represava água
Para ver estourar e o barco navegar.
Ah que tempo bons de autora
Perdia horas olhando o vagar do barco
Pelos rios da imaginação.
O tempo passava eu brincava
Como se não tivesse tempo para limitar meu tempo.
Travessuras, loucuras fazia o barquinho ir sem rumo.
Mas na direção do querer de meu coração
Sabendo que iria parar no porto de solidão.
O barquinho de papel ficou fraco
E agora é hora de ir pra casa
Levando todo molhado para ser enxugado.
 

José Renato da Silva Júnior (Ubaíra
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