Odeio os enamorados.
Odeio seus olhos brilhantes,
seus lábios ardentes,
corpos fumegantes.
Odeio suas palavras doces
e gestos meigos.
 
Meus beijos doces como fel
e a brancura dos meus olhos negros,
afogam-se no calor do meu corpo gélido.
Movimentam-se como o vento,
como estátuas em chamas.
 
Sou deusa do fogo,
que congela a alma
e encanta com sua escuridão resplandescente.
 
Odeio o horizonte,
e tudo que buscam nele.
Sua infinitude incontrolável.
 
Desejo-te pelo olhar ardente,
possuindo-te,
que outrora aquecia-me
e agora arde como lembrança
fazendo-se realidadea
através de um simples pensamento.

Débora Garrido Lima
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