Escrevo sobre você, escrevo sobre mim,
escrevo sobre tudo e também sobre coisa alguma.
Não pergunte-me porquê.
Apenas escrevo.
E as palavras vão jorrando
e a caneta anotando.
Mal dá tempo de a mente entender
 
Viajo sem sair do lugar.
Vou tão longe, alto, profundo e
sinto o movimenento do meu corpo.
 
As palavras fluem naturalmente,
como o sangue em minhas veias,
como - há muito - não me ocorria.
Retomei do ponto onde, outrora,
havia parado. Congelado.
Um bloqueio gélido e impiedoso.
Que agora se faz cômico, pois não
sou tão fria como ontem (antes).
Um desbloqueio discreto me fez retornar à escrita
e tomar novo ponto de partida.
Mesma essência, nova forma.
Nova idéia, mesmo espaço.
Tudo novo, sem mudar as raízes.
 
Um universo a ser descoberto.
 
Meu mundo é pequeno demais para
caber demasiada inspiração
Inexplicável, inica, nova e secular.
 
Céus... que cresce desenfreadamente
e sucumbe meu submundo, expandindo-o,
levando-nos - meu mundo e eu - a novos horizontes.

Débora Garrido Lima
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