Foi-se a menina
Alegre e distinta
Tinha um sonho
O de ser bailarina
Correu saltitante
Com pés Triunfantes
A cantar e rodopiar
Ao sonho brilhante
- Corre, menina!
E busca na esquina
Teu lindo sonho
O de ser bailarina
Que linda garota
Tão decidida ela voa
Atrás daquilo que a faz brilhar
Chegou-se a menina
A tal esquina
Com vestido de rendinha
Querendo ser bailarina
Ao perceber
Que bailarina não podia ser
Suas sapatilhas estavam rasgadas
E sua mãe não lhe podia fazer nada
Voltou a casa
Não mais triunfante
E nem saltitante
A realidade que a chamava
Sentou-se na calçada
Calçou a sandália
Pensando na vida malvada
Que a impedia de ser o que amava
Quando a mãe viu
Sua tristeza infame
Seu coração partiu
De poder nada fazer
Por mais que a ame
Abraçou-a fortemente.
Com esse gesto a menina notou
Que pela mãe ela conquistaria
O que sempre sonhou
Então a garota entendeu
Que a vida lhe roubara
O seu sonho em matéria
Mas que jamais lhe tomaria
A sua essência que era ser
Uma excelente bailarina!
(A.S.M.)
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