MORTE E VIDA CESARINA

MORTE E VIDA CESARINA

Aquele que um dia pairou sobre nossas cabeças, para, imperceptível e sorrateiro, nos abduzir, transportando nosso espírito para terras longínquas e exóticas, onde somente as leis da natureza são impostas como corolário de uma existência autêntica... optou pela MORTE, consciente e lúcido, sem sequer gemer de dor ou lamentar a SORTE.

Aquele que um dia ousou romper, mesmo que oscilante, com regras imutáveis de uma sociedade estropiada e consciente das mazelas e monstros gerados em seu ventre, encobertos por máscaras fabricadas na medida certa de cada uma das suas crias... também soube RESSUSCITAR, recatado e mudo, sem sequer alardear euforia ou gritar sua alegria.

Aquele que um dia pousou suavemente nos braços de uma maturidade conturbada, acompanhado de um séquito fiel e transmutado a cada momento de exaltação e júbilo, para CELEBRAÇÃO DA AMIZADE E DA VIDA despojada de medo e mentiras... continua sua caminhada na linha do tempo traçada desde sua CONCEPÇÃO, sem sequer planejar o último rabisco de uma anunciada DECOMPOSIÇÃO.

Texto dedicado a Luiz Cesar Nogueira de Carvalho (a Cesarina), grande e genial escritor cearense e seus heterônimos Moacir, Lúcio, André, Herculano e tantos quantos forem criados pelo indizível.

Marco Antônio Abreu Florentino

https://youtu.be/K2pV_tJsIF0?list=RDK2pV_tJsIF0

(Caçador de Mim - Milton Nascimento)

Marco Antônio Abreu Florentino
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