Súbito pasmo,

diante  de um  fenecer

que  não  percebe.

De  como  o  que dispõe

não  retém  forma,  nenhuma

piedade,  cor.  Apenas   o

descaso    dum    ocaso.

 

Assim  como  aqueles

que  se  amam  e  não

sabem   sequer  quão  longe

o  amar   se   vai   e   se  esvai.

Na   intriga   conspiratória    de

calma   aparente,  que   é   pra   sempre:

agudamente   estabelecida   e   destinada.     

 

Mas  muito  mais,   bem  aqui   comigo.  

Demais    sensível,   nesse até

não    saber   parar   de  sentir,  

mesmo   ante  o  vil  desejo  apaziguado. 

E  ainda   assim:   ter  que  suster   nesse 

diapasão,   o  peso   do  que  em

essência   é - e - sou.

Sobre  cujos   ombros,

lento,  preciso,  cruel . . .  tudo,

tudo   tomba !!!!!!!!

 

 

 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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