O mais belo poema de todos.


Cheguei apenas alguns anos atrasado e já essa “Bela Flor” roubou de mim a inspiração, e junto com ela, todos os versos que eu guardei para um dia te dizer.
E tendo ela, feito essa coisa tão vil;
Tendo ela dito isto, disse tudo o que havia a ser dito, nada mais restando a se dizer, por que, fora desses versos não conheço poesia.
 
E, por ter feito e dito ela isto, nada me restou a fazer, senão citá-la:
 
“Minh’alma de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Tu não és sequer a razão do meu viver
Posto que tu é já toda a minha vida
 
Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma estória tantas vezes lida
 
Tudo no mundo é fácil, tudo passa
E quando me dizem isso, toda a graça
D’uma boca divina fala em mim
De olhos postos em ti sigo de rastros
 
Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um deus, princípio e fim”
 
(Florbela Espanca)
 
 
O presente comentário foi feito na página de uma amiga.  Eu não dou o crédito de tão bela obra à inteligência da autora, mas ao seu coração, capaz de abrigar um sentimento tão sublime, ao ponto de inspirar a mais bela poesia já escrita.
 
Meu Deus... que amor é esse?
 
Meu Deus... que poesia é essa?

BRUNO
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