Caminho entre nuvens. Não por sublimação (não por isso).
Caminho entre nuvens por que a neblina da incerteza se me tolda a visão.
Caminho entre nuvens por que meu pensamento está, já e ainda nela, e minha mente por isso se eleva.
E, tendo o sol no meu rosto, tenho os astros e as estrelas ao alcance da minha mão.
Caminho entre nuvens por que meus olhos se ofuscam entre quasares, pulsares e novas supernovas,
ao contemplar do cosmo, a luminosa orgia de um instante de criação.
E meus sentimentos se confundem e se fundem, e a energia dessa fria fusão me projeta.
Caminho entre nuvens por que meus pés cansados já não tocam mais o chão.
Caminho entre nuvens por estradas pavimentadas de estrelas em aglomerados distantes, orbitando buracos negros, onde nem mesmo a fria luz consegue escapar à atração.
E onde corpos condenados orbitam errantes, atraídos ao centro,
Gradativa e inexoravelmente levados à própria destruição.
Enfim,
Caminho entre nuvens por que ela caminha comigo
(em mim),
A alma dela em minh ‘alma, me roubando a razão.
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