Nos escombros da realidade nua e crua,
Pousaram nossos sonhos e fantasias;
Às vezes fomos traídos, renegados,
E deixamo-nos ir, qual náufrago que flutua.

Vida que, de tão áspera e desesperada,
Deixou os corações empedernidos, vazios,
Sem esperança num amanhã prometedor,
Qual desejo embarcado, em vela purificada.

Morreram os sonhos, morreram os ideais,
Perdidos em arraiais, numa luta sem tréguas,
Num desnorte que nos deixa enfraquecidos,
Qual bússola que não sabe os pontos cardeais.

Somos tantos e tantos, nesta caminhada,
Nesta vã procura, em busca da felicidade,
Tropeçamos em nós próprios, a cada instante,
Sem sentir a exiguidade desta vida frustrada.