O MAR E A AREIA DA PRAIA

 
 O MAR E A AREIA DA PRAIA
Constantemente,
me agito, quero te alcançar,  
lentamente vou te abraçar.
Minha água escoa,
canto de tristeza.        
Incompreensível...imóvel
Você permanece ali, à toa.
                       
Diariamente,
sob o calor do ardente sol
Nem quando chove,
você se comove
minha água vai, te beijo e volto.                  
Quero te acalentar.      
Em qualquer hora
Você só me ignora.
 
Repentinamente,                
Acelerado
Vou girando giro girando,
E com toda minha energia,
Meu destino te procurando...
Você ali estática, sem alegria
Petrificada, calada
E desconfiada,
só me observa.
 
Ocasionalmente,
com grande paixão,
Eu te toco com violência
Arrebento, sem prudência
Fico tonto...
Com fúria te beijo
Finges que não sabes
Que te amo tanto        
 
Raramente,
cheio mágoas,
incontido, sem convite
saio do meu limite
devastador e incontrolável.
e com força  irrefreável
como dinamite...agressivo
dizimo  tudo com furor
Mas, não te cativo...
Só me olha com horror.
 
Mansamente,
Na madrugada
Você só e tão calada,
Branca, fina e frágil;
Vou com sanidade,
Te alcanço com saudade.
No seu silêncio
Cheia de vaidade, 
Você permanece,
Inerte, Insensível,
neste seu mistério milenar...
 Madalena
13/07/2011

Observando as marés ( alterações do nível das águas do mar, causadas pelas interferências gravitacionais da lua, sol e os movimentos da Terra), assim fiz este poema.
Madalena Ferrante Pizzatto
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