Palheta

Cansei das palavras de outrora

Não mais suporto-as , tão pouco as quero
Te refiz e de uma outra forma
Pareceu-me tão bela , perfeita  e sincero
Chorei na mesma hora
Ao constatar que é você que espero
 
Em meio a tantos mecanismos te alterei
Pensando assim em me livrar deste carma
Entretanto de nada valeu-me  o que mudei
Pois em mim mesmo, dentro desta pérfida alma
Relutante e  errante, nela te resguardei
E todos os dias e noites, apenas tu fora cantada
 
Não mais quero lamentar, sou um escravo
Se nada eu pude superar, me mantenho  esparvo
Escora-me para que eu não caia, esqueça minhas idéias
Faça-me de novo também, e cante outras canções nestas férias
Livra-te de mim, e nada espere pois é isso que nos sucederá
Livra-te dessas infames loucuras, sabes o quanto  do nada temos cá.
 
 
Faça-me feliz uma vez ao menos e desapareça
De mim e de tudo que temos
Disto e das demais coisas te esqueça
E enfim , em paz nós teremos
Algo que com o fim se pareça.