Aos teus pés hei de viver agora
e nada poderá me exilar
do santuário de teu abraço.
Desde que conheci tua aurora
de meu pensamento fiz teu lar,
teu íntimo espaço.
À tua sombra de majestade
não me importo com a escravidão,
que me impõe teu soberano amor.
Porque teu nome é Felicidade
e vou gravá-lo em meu coração,
qual um escultor.
Tua aparência branda me encanta,
tens da candura os tons luminosos,
os reflexos de um campo florido;
tens o domínio de uma giganta
sobre meus sonhos esperançosos
que tenho nutrido.
Tens as palavras que me conforta,
a verdade no sereno olhar,
da inocência o lago transparente.
Uma doçura que me transporta
ao mundo afável que hei de habitar
em ti existente.
Curvado a teus celestiais gestos,
sei que também sorverei a paz
ao merecer-te os beijos sutis.
Sempre escondida em sonhos modestos,
tua imagem risonha me faz,
me faz tão feliz.
Sempre discreta, jamais atroz,
agora posso esquecer os gritos
de meus tempestuosos instantes.
Ah! Se eu soubesse que tua voz
tem carinhos vastos e infinitos,
eu te amaria antes.
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