Teus olhos castanhos, minha sibila,

são raios do céu na fronte tranquila,

na fronte morena, ó moça faceira!

 

Tu és o desejo que me aniquila,

de minha existência a ilusão primeira.

 

És tão pequena, casta e delicada

qual do bosque colorido uma fada;

como a resedá que o orvalho umedece.

 

Ninfa lampeira, às vezes, abrasada

tens o calor que minha vida aquece.

 

Se eu pudesse numa noite infinda

unir nossos lábios, princesa linda,

e sentir em teus braços o tufão,

 

juro pelo tédio que então me blinda,

serias no amor minha sujeição.

 

Teus lábios pálidos... como me estiola

o sorriso ameno chamando a aurora,

vindo de ti, com teu jeito suntuoso.

 

Penso em ti sempre, como penso agora!

Quão bom é te amar, verbo primoroso.

 

 

 

 

Alexandre Campanhola
© Todos os direitos reservados