A chuva cai sem parar
E suas gotas espalham o cinza pela cidade
Molha até os pensamentos
E os corações estragados pelo medo e a desgraça
Tanto cinza sem confessar
As portas fechadas
E as almas rebeldes
Que cantam orações de socorro
E a moça dança na chuva
Como se fosse dia de sol
Canta com as gotas que caem ao chão
Como se os raios a iluminassem
E a voz toca as janelas e portas
Ouvidos e corações
O sol começa a sair das nuvens
E aparece por cima das aves caídas
Somente a voz ecoa nas ruas cinzas
Prédios cor de cimento
Carros com o tom da pedra
E corações sem sangue
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença