De tudo fica um pouco
Dos avulsos medos. Do teu asco
Dos gritos roucos. Hum !!!!
Da flor que não desabrochou
[ fica um pouco
Fica um pouco da luz
Captada na face exposta
Da luz que ofusca o rufião
Até da ternura ficou um pouco
[ muito pouco
Sabe; de tudo ficou um pouco
Mas porque não ficaria
um pouco de ti no trem
que te levava de mim para
[ o norte do que sentíamos !
No antigamente de nossos gestos
Na artimanha das revelações. De tudo ficava um pouco.
Não muito; daquela goteira pingava uma gota teimosa
que desaparecia em instantes
[ mas ficava um vestígio . . . pouco
Não adianta, de tudo fica sempre um pouco
De mim, de ti, de nós; ao esgrimir preferências
E de tudo fica e ficava sempre um pouco.
[ Mas de tudo terrível ou não !
Do terrível que pouco a pouco; se apresenta
Às vezes realidade. Às vezes . . . um indesejado rato
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