Alba

Aquele olhar que me perdi, aquele olhar onde me encontrei, no calor dos seus braços me senti, corpo quente ao qual me aprisionei! passava a eternidade presa em silêncio naquele olhar, a sentir que a vida tem sentido, viveria para ti e para te adorar, no meu mundo de ruínas erguido. Foi naquela rua que nos perdemos, na mesma rua onde nos encontrávamos, as nossas mãos se largaram e, aquele beijo que nunca demos, era a vida que nas noites quentes desse verão, idealizávamos. À distancia de dois passos nos vemos, à distancia de mundos estamos, sempre assim seremos, por ruas vazias caminhamos. Esvazia-se a noite triste em mim, tudo é negro e cinzento, não há lágrima nem lamento, apenas o vazio desse fim.

Célia Bastos

celia bastos
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