Veio o anjo buscar-te
num ápice
sem me avisar
nem um adeus
apenas uma lacónica noticia
tua querida amiga morreu
e nossos momentos bons
ficaram sem retratos
apenas registado
num livro de poemas não publicado
Merecias mais
Um fado, um samba
bem dançado
Um livro com teu nome
incrustado a ouro numa capa
de couro negro
como tua doce pele
Só te mandei fados
no Facebook
e nos vimos alegremente
na contestada webcam
caminho virtual da nossa tão curta
mas vivida amizade
Simplesmente simples
como tu de camisola descosida
lenço na cabeça gingando
bunda dançando
braços me abraçando.
Já que aí estás lembra ao Senhor
que te guarde bem no seu jardim
como flor exótica esperando numa
fonte
por mim
— com ENILSA MARCELINO.
CARLOS SEMEDO
© Todos os direitos reservados
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