Era na beleza da tua voz e na forma sentida com que
dizias tudo, que mais fortemente induzias minha
dependência por ti, até no modo todo teu, que
parecia feito só pra mim, que temia outro perceber
Era na queda forte da chuva fria que havia do teu
corpo abrigo e de todo aquele consentido conforto
a expressão máxima da sensibilidade antes olvidada
Restando castigo puro, mudo, a persuadir desamparo
Era na separação eventual dos momentos impossíveis
sempre a constatação inusitada da impossibilidade do
meu eu só. Quando então, ensandecia do teu perfume,
que impregnava minha alma nervosa a espera
Perplexidade é o efeito menor dessa fermentação de
doces lembranças, labios que desaguavam sem limites
Minha solidão a causa maior hoje, além do que me
fostes, da tua irresponsabilidade por nós. Incrédula sangria
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