Mal  me crês, mal  me  vês, mal  me sabes

Esse  desprezo  que  me  carece em  triste

Acostumado  a  dizer-te   sim,  contra  não

Sem   refazer-me,  como   pleno  te  refaço

Em   atitude   de  redundante  consumação

Quando  te  beijei  mãos  e  pés,  sentes  ?

Não  !   Vira  somente   rotina  de  reparo  !

Indiferença  cala; resseca, parte  e  quebra

Omissa   dose,   corte  de   ranhura   funda

Que  não te  importas  com  a  cura;  arde !  

E  enquanto  dura,  indo  ou  vindo;  cismas

Arranca  e  leva   meu  ânimo  em   torturas

Clima  do  patamar  da  tua  semi  distância

Rumo  dos  teus   passos  quase  um  rastro 

Esvoaçando graça já quase sem graça; ranço

Enrijecendo  meu  ser  de ser  ainda  amante

Servidão   de   prazo    vencido  . . .   tchau ! 

A  porta   fechou-se  e   sequer  entreabrirá ! 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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