QUANDO A SAUDADE VIER

 QUANDO A SAUDADE VIER
             (F. Assis)
 
Quando a saudade vier e me falar de ti,
Em murmúrio sutil, magoado, indefinido,
Meu pobre coração que muito te há querido,
Baixinho há de chorar as horas que perdi.
 
E quando, ao pôr do sol, a meiga juriti,
No espaço derramar seu cântico sentido,
O meu canto ouvirás, um canto enternecido,
Relatando à saudade o muito que sofri.
 
Assim tu, na distância, ansiosa e amargurada
Hás de ouvir minha voz, distante, emocionada,
Ecoar dentro de ti, desafiando o infinito.
 
E verás, meu amor, que a saudade conforta,
Que anima e vivifica uma esperança morta
E é bem consolativa ao coração aflito!

FRANCISCO DE ASSIS SILVA
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