JUCA

Era uma vez um menino chamado Juca, esse foi o nome que lhe deram pois nem ele mesmo sabia quem era e de onde havia vindo. Ao nascer foi abandonado embaixo de uma árvore que o acolheu por uma noite fria e o manteve quente durante a madrugada, pela manhã foi achado por um operário que se conduzia para o trabalho que chamou os bombeiros para socorrer aquela criança, que estava ali quieto como se acolhido.
Foi levado a um orfanato, mas havia uma coisa que o tornava especial, Juca não tinha os braços na altura dos cotovelos. Isso nunca foi empecilho para Juca que era uma criança normal, mesmo com sua limitação. Aprendeu a comer, jogar futebol, e até no gol se arriscava.
Mas uma coisa o incomodava, nunca ter sido adotado. Os anos se passavam e ele já estava com 8 anos, às vezes se perguntava: “O que tenho de errado para nenhuma família querer me adotar?” Em uma de suas preces disse a Deus que prometia que seria sempre um bom menino e que se ele “Deus” desse uma família pra ele nunca iria decepcioná-los. E mais um ano se passou com Juca vendo seus amigos de orfanato serem adotados.
Um dia ele estava sobre à sombra da árvore do jardim com um semblante triste e estava tentava abraçar a árvore. Neste momento um casal que visitava o orfanato, querendo adotar uma criança, percebeu aquilo e ficou a olhar como estava desolado aquele menino que abraçava aquela arvore como quem abraçava um pai ou uma mãe.
Então sensibilizados em ver aquela cena foram conversar com os responsáveis pelo orfanato. Foram recebidos pela diretora do local e perguntaram quem era aquele menino e a diretora disse:
- Qual menino?
Pela Janela mostraram Juca abraçando a árvore.
- Ah, esse é o Juca, um garoto especial, mas nunca deu sorte de conhecer uma família, pois por não ter os braços nem citado o coitado é para ser adotado, ele foi achado embaixo de uma árvore igual a essa, ainda recém-nascido.
O casal sem pensar foi conversar com o Juca.
A Sra. Perguntou:
-Por que esta tão triste menino?
Ele um tanto choroso disse a ela:
-Queria tanto que ela me abraçasse.
A Sra. Perguntou
-Quem?
E ele respondeu:
-Minha mãe, a árvore.
Então indagou a Sra:
-Ora menino, a árvore não pode te abraçar, ela não tem braços só galhos, e sua mãe?
Ele disse:
- Foi ela quem me deu abrigo quando eu nasci! E mesmo não tendo os braços inteiros eu consigo abraçar!
A Sra. junto ao seu marido disse: Juca, arrume suas malas, hoje você vai para sua casa.
O marido que esteve calado até então disse a ele:
- Por onde você andou por todo esse tempo meu filho? E abraçando o menino, chorava.
Juca estava até perdido, pois nunca havia recebido tanto carinho, correu para seu o dormitório e fez suas malas e ao sair lembrou de suas preces. Voltou a beirada de sua antiga cama, se ajoelhou e disse:
- Mesmo que o senhor tenha demorado um pouquinho para achar meu pai e minha mãe eu quero agradecer, pois sem o Senhor eu não conseguiria e, também dizer que vou tentar ser o melhor filho do mundo e por favor se não esqueça de cuidar dos meus amigos do orfanato como cuidou de mim.
Voltando para fora com o sorriso largo corria em direção a seus pais e os abraçou e foi abraçado como nunca antes havia sido.
E essa foi a historia de Juca, um menino muito especial.