Quero querer poder-te
em minha ânsia solitária,
mas só querer, sei, não basta.
Já me farta a solidão vasta
que devasta como castigo infindo,
mesmo assim, seguindo vou.
E quando quero ir,
desisto de partir, fraquejo,
às margens do Tejo de águas entristecidas.
Senhorinha de Abrantes,
quero ver-te o quanto antes,
insisto em multiplicar tua imagem,
em fazer-te paisagem de alento,
face a tudo, lamento a falta de coragem.
Por esses campos de miragem
sei toda a ilusão que respiro,
mas não darei o tiro de lucidez,
desta vez, miro apenas no sonho.
São Paulo
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