Pobre poeta panaca

Pobre poeta panaca

 
Pobre poeta panaca
Que pelas ruas pisa
Que por todos é pisoteado
Como uma pobre puta
 
Pobre poeta sem ideias
Que padece sem padecer
Que palavra não fala
Que pintura não olha
Que gosto não prova.
 
Pobre poeta Pinóquio
Que mente mais que pilantra
Que pigarreia sem coçar
Que pincela sem pintar
Que traz paz com guerras
Que paspalhão!
 
Pois que acabe,
Oh, pobre poeta panaca,
Pois que tuas peripécias se silenciem
Pois que tu ponhas um ponto final
No teu falar embaralhado.

Renato Gaspar
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