Assim

Penso sempre e por que não deveria?
Nos silêncios mais calados,
Expresso-me sem vogais e sem consoantes.
Preciso ainda de palavras quando um olhar já diz tudo?

O que importam as raízes se onde adubamos
as terras as apodrecem e somos nós mesmos que cultivamos?
A forma que ainda não tentamos é aquela
Que jamais iremos conhecer, ou...?

O que lá jamais esteve não tem como lembrar.
Se nossos olhos captam a voracidade dos nossos atos,
Quem dirá às atitudes que dominamos,
Ou somos marionetes das nossas emoções?

Minhas três palavras não resumem o amor ideal.
Mas sim o amor na essência da palavra,
Onde não é necessário dar novos sinônimos
Porque ela evolui sem precisar ser categorizada.

Existem tantas formas de amar?
São necessários labirintos
Quando o óbvio é olhar em frente e se calar?
Amar com palavras todos nós amamos.

Se de centavos se fazem milhões,
O que seria do inteiro sem os detalhes?
Ontem mesmo eu não precisei lembrar de nada,
Porque as linhas, as folhas ficaram em uma página virada.

Começamos? Concluímos?
Já que a temporalidade é poderosa,
Ela terá o poder de fazer tudo infinito... Sem início, sem fim.
Eu a amo assim... Assim... Assim...

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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