Reencontrei-te e com sua voz suave, doce mesmo, em ti aquele rostinho singelo, jeito de amiga.
É minha amiga?
Eu abracei minha amiga e contei-lhe coisas sobre mim. O mais interessante foi que: Ela queria mesmo ouvir!
Poliana fez valer meu dia.
Doce momento. O mais interessante foi que: Se eu me esquecia do que ia dizendo, a doce garota passava-me minhas últimas palavras. Ela lembrava por mim e eu continuava através dela. Ela é minha amiga!
Bem antes, muito antes de eu pensar em respirar pra prosseguir no que dizia, ela questionou-me, me interrompeu entusiasmada, indagando: “E se for você?”.
Poliana fez o que no fundo eu sempre desejei que os outros fizessem.
Indagando não com ar de quem reprova, de quem debocha, de quem agride, de quem apenas com a sonoridade da voz desilude, nem seu rosto denunciou qualquer repulsa, nem seus gestos fizeram-se suspeitos.
Há uma beleza acusadora nela.
Há uma beleza devastadora embriagando o meu coração entorpecido de encantos por ela.
“E se for você?”, amorosamente e com as pupilas curiosas interrompeu-me Poliana.
Uma amiga de verdade e mal a conheço. Poliana me fez querer falar e falar e falar... Enquanto os outros rapidamente faz com que eu engula minhas palavras.
Poliana fez-se bela, tão bela quanto o entardecer que há pouco eu vi morrer.
“E se for você?”.
Acho que nunca vou me esquecer. Poliana respeitou aquela minha ternura desvairada.
Obrigada por ter me feito respirar um ar de esperança, um ar de amizade.
E mesmo que não seja eu. Mesmo que não seja...
Você fez valer o meu dia.
Obrigada.

25/11/04