O barulho estridente das gotas
Que descem de algum obscuro buraco
Revolve-me num mudo desespero,
As bolhas rechonchudas
Do meu café fervoroso
Vão de encontro a minha carne insalubre,
As horas duvidosas que escorrem em melancolia...
As gotas abusadas que me põe em desespero...
O café preto; Uma mão carinhosa envolvendo em afagos meu estômago empertigado...
A nostalgia do tempo que decorre, transcorre nitidamente feito um grito, intemporal e rígido,
Que não vê fronteira, que não se apieda de minha dor, dos meus soluços internos e escarnados,
Dos meus suspiros; Nas linhas desenhadas de um sorriso frouxo, desfocado.
Um corpo sem estrutura, uma mente perdidamente estúpida, um coração que degusta de um amargor eterno, uns olhos cuja expressão foi dilacerada, foi removida a custo de muita energia roubada.
Um ser cujos movimentos foram deferidos,
Um ser cuja fé foi repreendida,
Cuja alma fora exilada.
25/07/05
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença