Melros trinando, rimas buscando

Cinco da madrugada,
eu já acordado,
oiço um melro que acorda e
põe sua pauta musical
sobre a aurora matinal,
e trina,
oh, como ele trina!
belos madrigais entre pios de pardais,
como poeta buscando rima!

Trina a alta velocidade
e seus versos
do fim
rimam com os da anterior metade!

Quando me levanto
e vejo um melro,
nado e criado no meu quintal,
pergunto-lhe
-"És tu, meu melro,
com quem me espanto?"

Ele, assustado,
voa quintal fora!
eu, especado,
espero nova aurora,
novo melro,
novo trinar,
como poeta buscando rimar!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar-Portugal

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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